Querido, escrevo estas linhas diretamente do dia 10 de novembro de 2022. Quando chegarem a você, terá passado quase um ano inteiro. Por isso, para registrar como estava o mundo quando você voltou para nós, conto aqui o que anda acontecendo.
Lula acabou de ser eleito para um terceiro mandato, mas 10 dias se passaram e agora a imprensa voltou a falar nos humores do “mercado”.
Alguns dos meus amigos estão preocupados com esse assunto, como se tivessem algum tipo de fortuna empenhada em ações. Infelizmente não é o caso, os churrascos pelo menos seriam na beira de piscinas mais legais.
A Fazenda está um porre. Dizem que vai terminar mais cedo, pois a repercussão não está muito positiva e a Copa vai começar daqui uns dias. Inventaram uma eliminação dupla essa semana, um negócio muito esquisito que dá força a todo tipo de boato.
Moranguinho e Ruivinha de Marte se deram bem e permaneceram no programa. Alex e Déborah tiveram mais sorte e caíram fora. Queria ter ido embora junto. Mas será um alento se em novembro de 2023 eu não conseguir ligar os nomes às pessoas.
Enquanto isso, na Globo, a novela da vez é Travessia –que quando você tiver a oportunidade de ler essa mensagem, espero que também já seja uma lembrança muito distante, quase inexistente. Não tenho registros de muitas novelas piores. Nada funciona e parece que ainda vai até abril.
Parei pra pensar agora e fiquei preocupado… Vai ser a sala de espera de todo o BBB 23. Que tragédia. Espero que pelo menos confirmem a Yasmin Brunet no elenco. É uma das personalidades mais extravagantes do século 21.
Para piorar, estou 19 capítulos atrasado em Todas as Flores, produção exclusiva para o globoplay. Não espalha, mas vi só a estreia. Estão falando muito bem e pretendo voltar a assistir logo. Mas quem tem paciência para maratonar 19 capítulos de qualquer coisa? O problema é que se eu demorar, semana que vem vira 24 e na outra 29.
Qualquer coisa on demand é um desafio para mim. Gosto mesmo é de tuitar, as coisas que passam na TV são mero pretexto. Até as novelinhas do Kwai quando passam de 2 episódios eu considero um investimento exagerado. Série com mais de 6 partes é desperdício de energia.
Mas tergiverso.
Ainda no campo do consumo para lá de cultural, estou lendo alguns livros palpitantes. ‘Três usos da faca’ do David Mamet e ‘E não sobrou nenhum’ da Agatha Christie. Muito relevantes para um outro projeto que deverá ter visto a luz do dia quando nos reencontrarmos. Prometo que não envolve crimes, apesar das referências aparentemente indicarem o contrário.
E aqui em casa, tudo certo. Estamos nos acostumando ao bairro novo, agora mais perto de tudo. Voltei pra academia e também voltei a usar óculos –acessório que deveria fazer parte da minha rotina desde os 7 anos de idade, mas resisti durante um tempo, mais ou menos o mesmo período que Jesus caminhou pela Terra.
Fiquei feliz que o celular reconhece meu rosto mesmo com a armação, mas estou um pouco preocupado de me acharem parecido com o Carpinejar.
José Carlos Pagode está quase terminando as sessões de hidroginástica que ele faz às quintas. Tenho observado que apesar de continuar poupando a patinha com problema, ele está se sentindo mais forte e confiante para correr e pular para lamber minha careca.
Enfim, anotei tudo isso para lembrar que hoje comprei seu ingresso, Tardezinha. Quer dizer, eu não –a Gisa. Passou o dia inteiro em função disso. O site tava dando pau direto por causa do excesso de demanda. Sequer conseguimos na data inicial, só quando abriu o show extra de domingo.
Foi uma longa jornada até seu retorno. E é bizarro e ao mesmo tempo adorável comprar este espetáculo monumental do pagode com toda essa antecedência. Como será que o mundo estará agora, quando a grande data enfim chegar?
Para não esquecer como estava no momento em que resolvemos assumir este compromisso de tão longo prazo, escrevi uma carta. Ansioso para tomar um negocinho e desfrutar do evento da maneira adequada.
Que seja uma excelente tarde, tão boa quanto espero que seja o intervalo de tempo que nos separa. Travessia terá chegado ao fim há meses, então imagino que as coisas estejam melhorando.
CHICO BARNEY ESTÁ ENTRE NÓS (no Substack)
É sempre surpreendente te ler, Chico.